domingo, 27 de março de 2011

Profissão: Big Brother

>> De O Globo:

Com o fim do ‘BBB 11’, número de ex-participantes chega a 169



Na quarta-feira, 30 de março, existirão 169 ex-integrantes do “Big Brother Brasil”. Um número que chama atenção ao ser posto, lado a lado, ao de profissionais com carteira assinada em algumas atividades regulamentadas pelo Ministério do Trabalho: hoje, no Brasil, existem 18 geoquímicos, 34 oceanógrafos, 77 médicos homeopatas e 147 arqueólogos, entre outros ofícios. No entanto, na mesma quarta, alguém estará R$ 1,5 milhão mais rico (ou menos pobre, dependendo do ponto de vista), e não será um desses trabalhadores. Numa edição marcada pela queda da audiência — a média geral era de 27 pontos até o último domingo, enquanto no ano passado esse número chegou a 30,7 e, no “BBB 5”, a 47,2, segundo o Ibope — o “BBB 11” chega ao fim com tipos bem diferentes em busca do prêmio máximo. Até o fechamento desta edição da Revista da TV, Daniel, Diana, Maria e Wesley eram os finalistas. Um deles será eliminado hoje à noite.
Em uma análise realizada durante três anos pelo Observatório de Sinais, agência de consultoria especializada em tendências, pesquisa e estudos, foram avaliadas as experiências de ex-participantes de reality shows como o próprio “BBB”. Além disso, o chamado “Dossiê reality” ouviu 2.600 pessoas em cinco capitais do Brasil. Uma das conclusões é simples: ser ex-BBB se tornou, de fato, um ofício. 
— É uma espécie de profissão. O “BBB” e os realities do mesmo tipo são mais um meio do que um fim. Os programas são tidos como uma plataforma para subir numa posterior carreira — explica o sociólogo Dario Caldas, diretor do Observatório de Sinais. 

Na pesquisa, 400 universitários foram questionados se participariam de um reality show: 75% disseram que sim e que viam a chance como “benéfica” para o futuro de suas profissões. Rogério Padovan, tido como o vilão do “BBB 5”, corrobora os dados. Hoje um bem-sucedido cirurgião plástico, ele diz não se arrepender de nada. 

— Para mim foi espetacular. Acredito em dois pilares na vida: capacidade e oportunidade. Fiz faculdade de Medicina e estive em um lugar que, querendo ou não, te projeta, sim. Hoje atendo muitos artistas; ex-BBBs aparecem no meu consultório, jogadores de futebol... Nunca larguei a minha carreira. A fama é boa, mas acaba — diz Doutor Gê, como ficou conhecido. 

Nem todos têm essa percepção. No “BBB 10”, uma participante se destacou por sua formação: professora universitária, Elenita Rodrigues hoje diz que prefere não ter mais seu nome publicado “em qualquer matéria referente ao programa”. Em seu blog, disse que perdeu dinheiro: “Perdi credibilidade no círculo acadêmico e fui vetada em quase todas as bancas de que participava e que constituíam duas, três vezes o valor do salário que ganho agora”. 

Cida Moraes, a comissária de bordo do “BBB 2”, não chega a tanto — e conta que participaria novamente da atração, se fosse preciso. Mas reconhece que, quando o momento passa, é preciso correr atrás do dinheiro de cada dia. 

— Quando você sai do reality, ninguém explica o que é aquilo. Você fica com uma pseudofama e, se não constrói alguma coisa em cima, não é nada. Tem gente que fica deslumbrada, entra no ostracismo e depois cai em depressão. Deprê por causa de “BBB”? Nunca! — afirma Cida, que perdeu o posto de comissária de bordo internacional com a crise da Varig e, atualmente, comanda um quadro chamado “Cida invade” no programa “Palco popular”, no canal 14 da Net: — Hoje, preciso de um emprego fixo. Mas ainda sou muito benquista pelo público. 

Para Dario Caldas, os participantes do “BBB 11” já entraram na atração preparados para criar personagens e seguir manuais de sucesso, cunhados por ex-integrantes que conseguiram se destacar. 

— Quem participa desses realities sabe que chegar a um nível mais alto, como Grazi Massafera, Diego Alemão e Sabrina Sato, é muito raro. Eles não têm essa ilusão, então basta o que a categoria entrega: um baile de debutantes, uma aparição em uma festa... Não basta ser visto, o importante é ser visto e reconhecido: “passei, consegui ter acesso à carreira, sou um ex-BBB” — explica Caldas: — Temos certeza de que, por isso mesmo, eles estão indo cada vez mais preparados. Nesta edição, todos seguiram cartilhas. E isso começou com Max, no “BBB 9”. 

Hoje, Grazi é reconhecida como atriz; Jean Wyllys, campeão da quinta edição, defende os direitos civis dos gays na Câmara dos Deputados; Alemão, além de empresário, segue investindo na carreira de apresentador no Multishow, assim como o artista plástico Max, que também enveredou pela televisão. Sabrina é destaque no “Pânico na TV” e Juliana Alves (“BBB 3”) acaba de sair de cena na novela “Ti-ti-ti”. Mas quem não tem ambições artísticas sabe que deve pensar no futuro. 

— O que rola é aproveitar a superexposição que tivemos e tentar fazer um pé-de-meia com isso. Eu não vivo de ser ex-BBB. Continuo com a minha agência, a Foreplay. Mas é inegável que o “título” abre muitas portas — conta o publicitário Michel Turtchin, que passou pelo “BBB 10”: — Um dos meus maiores prazeres sempre foi ver e criticar TV. Graças ao “BBB”, hoje tenho uma coluna e um programa semanal em um portal na internet. Antes, tocava na noite e tinha um público bem restrito; hoje, me chamam para ser DJ em todo o país. Antes, meu Twitter @turtchin tinha 76 seguidores; hoje, estou próximo dos 90 mil. 

Eliminado do “BBB 11”, o engenheiro Cristiano Naya bateu recordes: já voltou ao trabalho antes do fim da atração. 

— Não caiu a ficha de que sou um ex-BBB — confessa ele: — Não sei fotografar, desfilar, interpretar. Sempre passei longe disso. Tenho muito tempo de trabalho, uma carreira bem encaminhada. 

Depois de espalhar seu grito de guerra pelo Brasil — quem não lembra de “Uhu, Nova Iguaçu”? — , Fani Pacheco conseguiu surfar na onda pós-“BBB 7”. Ganhou e ainda ganha por presenças em eventos, posou para a “Playboy” e é convidada e repórter em programas de TV no Multishow, mas investe para ter a garantia de um futuro sólido. 

— O “Big Brother” deu um up na minha vida financeira e um outro rumo a minha carreira. Antes, como bacharel em Direito focada em concurso público, não me sentia muito realizada. Era um trabalho burocrático demais para mim — conta. 

Para ela, ser ex-BBB não é uma carreira, e sim uma “profissão temporária”: 

— O pós-“BBB” me ofereceu oportunidades que eu nunca havia sonhado em experimentar. De quatro anos para cá, tudo que construí e os bens que adquiri se devem exclusivamente a minha participação no reality e a como conduzi minha “efêmera” fama. Lancei minha grife, a F. Store,  pensando no futuro e, principalmente, em investir com sabedoria meu dinheiro em um negócio promissor e prazeroso. 

Criticado à época do “Big Brother Brasil 8”, o psiquiatra Marcelo Arantes diz que sua vida voltou ao normal. Hoje, o Doutor Marcelo, como Pedro Bial o chamava, é “um médico comum, morador de Copacabana, que conversa com idosas simpáticas na fila do pão sobre o paredão do ‘BBB’ ou terremoto no Japão, da mesma forma”, diz ele, com uma visão bem clara do mundo após o programa. 

— Existem três realidades distintas: aqueles que compreendem a transitoriedade da fama instantânea e procuram voltar à ocupação anterior o quanto antes, e que frustram-se menos; aqueles que não aceitaram a rejeição e voltam ao anonimato, criando uma falsa realidade de fama e glamour às custas da indústria de subcelebridades, com alto grau de frustração e situações de humilhação comuns; e as exceções, que se mantiveram naturalmente em evidência às custas de carisma, inteligência e surpreendente talento para algo — analisa.

Final do BBB11

>> Do Jornal O Dia:

Ex-BBBs avaliam os candidatos à final da 11ª edição do programa

POR TATIANA AVILEZ
Rio - Na próxima terça-feira, o País todo vai se reunir em frente à TV, como numa final de Copa do Mundo. Nesse campeonato chamado ‘Big Brother Brasil — que durou 84 dias, teve 19 participantes, com direito a um que saiu e voltou, e ainda à retomada da Casa de Vidro — restaram quatro competidores: Daniel, Diana, Maria e Wesley.

Mas quais são as reais chances de cada um? Que atitudes erradas podem levá-los à derrota? Para fazer a análise dos finalistas, reunimos um time de peso: Fani, do ‘BBB 7’, Bianca Jahara e Marcelo Arantes, do ‘BBB 8’, Max, o campeão do ‘BBB 9’, e Paulinha e Mau Mau, desta edição.

>>FOTOGALERIA:Ex-BBB´s se reunem e posam juntos


Foto: João Laet/ Agência O Dia



Reunidos em uma mesa de bar, com direito a petiscos e chopes, alguns dos seis ex-brothers se reencontraram, outros se conheceram e, na hora em que a conversa sobre o jogo começou, cada um fez a sua análise. Sobrou também para Paulinha e Mau Mau, que foram alvos de perguntas indiscretas. “Como você não ficou com a Maria?”, disparou Bianca. Mas, vamos ao que interessa.

Bianca dá o pontapé inicial e acha que Maria é a grande protagonista e será a vencedora desta edição, apesar de sua torcida ir para a amiga Diana. “Gostaria que ela ganhasse, mas eu amo a Maria, ela merece vencer. O jogo foi em torno dela, é ‘Maria e Seus Dois Maridos’”. Porém, a opinião da produtora não é unanimidade. “Maria foi quem mais jogou”, dispara Max, com o apoio de Paula. “Ela soube aproveitar as relações e usou o Mau Mau e ‘as pretinhas’ (grupo formado por Maria, Jaqueline e Talula) como escada. Maurício, o primeiro ‘marido’, concorda: “Faltou franqueza a ela”. 

Se Maria divide opiniões, Diana é a que recebe mais votos do grupo para ser a terceira mulher a ganhar o programa. “Pela competência e inteligência, não só torço como acho que Diana leva essa”, analisa Fani. “A vantagem dela é que a sorte sempre esteve ao seu lado”, diz Mau Mau. “A Diana é a versão feminina do Max. Ela tem um apelo grande com os adolescentes e com os internautas”, diz Marcelo, que acha que a vitória está entre a carioca e Daniel.

Aliás, o pernambucano é também um dos favoritos na mesa. “Acho que ele ganha”, aposta Paula. “Ele ter um abrigo para velhinhas comove o público que gosta de ter uma razão para se sentir justo e eleger o campeão”, acredita Marcelo. “Ele é alegre, espontâneo e seria bem bacana que levasse o prêmio pelo trabalho que faz”, diz Mau Mau. “Acho que Daniel também tem chances e a maioria das pessoas aposta nele”, conta Fani. 

Wesley, o reserva que virou titular, é o que tem menos chances, segundo os ex-participantes. “Ele é fofo, um bom menino, mas não tem personalidade”, diz Bianca. “Wesley é quem as senhorinhas querem como genro. Ele foi o mocinho que veio combater o mal e salvar a mocinha, mas atitude mesmo de herói não existe”, analisa Marcelo. Max concorda: “Ele não tem chance”. 

Depois da rodada de avaliação, só saberemos se alguém acertou quem será o campeão daqui a dois dias. Agora, só nos resta votar.

Reza aos céus

A astróloga Monica Horta e a numeróloga Alice Rückert traçam um perfil dos finalistas e apontam suas chances de vencer o ‘BBB 11’.


Wesley sairá mudado

OS ASTROS — É um dos aquarianos do jogo. Só que o médico capixaba nasceu com Vênus e Júpiter, os planetas mais benéficos do céu, muito perto do Sol. Sinal de charme e de muita sorte. A Lua estava no signo de Escorpião, muito perto de Plutão. Essa configuração gera um magnetismo que pode não aparecer muito, mas é forte e poderoso. Wesley deve ser o tipo de médico que faz o doente melhorar só com a sua presença. Júpiter, o mais generoso de todos os deuses, se mudou para o signo de Peixes, onde está muito forte e faz um aspecto positivo com a Lua, que é o planeta responsável pela popularidade e pela empatia com o público. Até mesmo Saturno, que costuma criar problemas, está em harmonia com o Sol e com a Vênus do mapa natal de Wesley. Seja lá o que acontecer, Wesley sairá desse ‘BBB’ muito melhor do que entrou...

OS NÚMEROS — O médico tem o mesmo número 11 de Daniel, embora tenham características diferentes. Revela-se um bom líder e bastante inclinado a grandes vitórias na vida. Menos expansivo, sim, mas atrai muita atenção e puxa energias positivas para si. A ansiedade e o negativismo, por hora, também o influenciam. Considerado um solucionador de problemas, tende a resolver suas próprias situações as dos amigos.

Diana gosta de jogar e é materialista
OS ASTROS — Diana nasceu no signo de Virgem, com a Lua em gêmeos e o ascendente em Áries. O mapa de Diana é quase um espelho do de Maria, que tem o ascendente em Libra. Se Maria estava com Saturno no ascendente e, portanto, jogava com cautela, Diana está com Sol, Júpiter, Urano e Mercúrio nesse mesmo lugar e está jogando com confiança. A vida dela vai mudar radicalmente, mas pode ser numa direção inesperada. Está vivendo o retorno de Saturno ao lugar onde estava no dia em que ela nasceu e compromisso no retorno de Saturno costuma durar muito tempo. Com Plutão no meio do céu, ela tanto pode mudar de escolha profissional e ter um sucesso estrondoso como pode desistir do trabalho e construir um casamento estável. Diana tem Marte na casa do desafio pessoal, o que quer dizer que gosta de jogar, e Vênus e Urano na casa do dinheiro que você não trabalhou para ganhar: compatível com alguém que vai ter a vida transformada por um prêmio em dinheiro muito alto. Mas isso também pode ser um marido rico...

OS NÚMEROS — Diana está regida pelo número 15, que dá a ela uma possibilidade de ganho. O materialismo é enfatizado e se destaca mais do que a parte emocional. Embora tenha facilidade para ganhar dinheiro, o número 15 é bastante negativo.

Maria vai ter que suar para ganhar o ‘BBB’

OS ASTROS — Maria tem o Sol em Aquário, o ascendente em Libra e a Lua em Touro. Ela está passando todo o período de confinamento com o planeta Saturno passeando sobre o ascendente em Libra. Isso poderia ser um desastre se ela não tivesse Sol e Vênus no signo de Aquário, que também é regido por Saturno. Isso significa que a moça é muito mais cerebral do que parece. Está jogando com a cabeça e não com o coração. 

Com Saturno no ascendente, é muito difícil que ganhe o prêmio, mas, com quatro planetas benéficos em Áries, no outro lado do céu, com certeza vai conseguir ótimos contratos, ou até mesmo um marido. Com Plutão no fundo do céu, a vida pessoal está complicada, mas a carreira está numa curva ascendente.

No dia 30 de março, Vênus vai estar exatamente em cima de Marte na casa 5, que é a casa do jogo e do desafio pessoal, um trânsito que traz muita sorte. Se a final for por aí, ela pode até ganhar, ou ao menos acreditar que vai ganhar.

OS NÚMEROS — Maria Helena está na regência do número 12 : sacrifícios, sofrimentos, período de espera e submissão. O 12 é regido pela carta do Enforcado. As coisas são possíveis, mas com uma dose de sacrifício sempre. A vitória pode ser alcançada, mas com muito suor, nada vem fácil. É muito expansiva em sua natureza, por isso deve se conter e tentar manter a discrição.

Daniel não tem habilidade no jogo

OS ASTROS — Daniel também nasceu no signo de Virgem, tem a Lua em Sagitário e o ascendente em Capricórnio, um dos signos que está sendo mais mexido pelo céu. Com o Sol cercado por Marte e Plutão, e Júpiter e Vênus juntos no signo de Escorpião, parece ter uma natureza marcadamente ativa, inclusive no âmbito da sexualidade. Mas Urano, Vênus e Júpiter no meio do céu indicam que ele gosta de mostrar uma imagem sedutora e pouco convencional. 

Durante todo o jogo ele teve que lidar com a presença de Saturno no meio do céu e de Plutão na linha do ascendente, uma configuração extremamente tensa. O mais complicado é que no mapa natal de Daniel, Saturno mora exatamente na casa do jogo e do desafio pessoal. Isso significa que ele não fica confortável em situações de teste ou disputa e não acredita que possa ganhar esse ou qualquer outro jogo. Seja lá qual for o resultado do ‘BBB’, Daniel vai mudar de casa ou mudar a antiga casa, e vai se sentir muito feliz dentro dela.

OS NÚMEROS — Daniel está regido pelo número 11, que é mestre. O 1 na numerologia significa poder, liderança. No caso de terem número dobrado, ambos ficam em evidência e trazem todo o foco para eles. Outro ponto positivo é que pessoas regidas por esse número têm sorte para jogos. O lado negativo é que são carregadas no nervosismo e ansiedade.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Ingredientes da Vitória




O que motiva o público a pegar o telefone ou ligar o computador para votar no "BBB" é amor ou ódio a um participante. Já o que sustenta o concorrente dentro do jogo é não ter alta rejeição (nos paredões vota-se para "eliminar"). Mas é o fanatismo que costuma dar o veredito final.
Neste ano, dentre os sobreviventes, a única participante que despertou paixões de fanáticos foi Diana, e isto pode garantir-lhe um segundo ou primeiro lugar. Outra questão que o público conservador considera também é o modelo de conduta moral do jogador ("exemplo para a sociedade").
Por fim, devemos avaliar a força das torcidas dos jogadores eliminados que se somam aos atuais. Como exemplo, Wesley pode se fortalecer ao herdar a torcida de Rodrigão. Abaixo algumas comparações para ajudar o leitor a arriscar o campeão do "BBB11".
Daniel
Rejeição: média
Aceitação: alta
Modelo de conduta moral: indefinida (cuida de velhinhas mas exagera em festas)
Chance de vencer: altíssima
Diana
Rejeição: alta (temperamental, e eliminou fortes jogadores)
Aceitação: alta
Modelo de conduta moral: forte (luta por ideais, autêntica e independente)
Chance de vencer: alta
Maria
Rejeição: média
Aceitação: média
Modelo de conduta moral: questionável (prejudicada por conflitos amorosos)
Chance de vencer: média
Wesley
Rejeição: muito baixa
Aceitação: alta
Modelo de conduta moral: muito forte
Chance de vencer: média (pouca comoção)

quinta-feira, 17 de março de 2011

Os 10 Fã-clubes mais encrequeiros da Internet

Sabe aqueles filmes em que, ao mexer numa colmeia, um personagem acaba perseguido por um enxame de abelhas? Na internet, sobretudo em redes sociais como o Twitter ou o Facebook, tietes de alguns artistas parecem esforçar-se para ocupar o papel desses insetos. Basta alguém criticar roupas, trabalhos ou o comportamento de seus ídolos, e eles partem para o ataque — não à toa, às vezes são chamados de talifãs, numa alusão. Convidamos um grupo de tuiteiros “heavy users” para elaborar uma lista sobre essa galera. Assim nasceu o rol de 10 fã-clubes mais encrenqueiros da internet, elaborado pela redação com dicas do psiquiatra Marcelo Arantes (@dr_marcelo), da escritora Clara Averbuck (@claraaverbuck), do jornalista e blogueiro Phelipe Cruz (@phelipecruz), do advogado e blogueiro Fernando Gouveia (@gravz) e do designer Iberê Gravasseca (@ibere).
Sim, sabemos que existem vários fã-clubes de um mesmo artista, ok? Ao montar a relação abaixo, agregamos essas turmas por artista. Confira os eleitos:
Justin BieberOs admiradores do ídolo teen canadense perdem a linha em comentários de blogs — em muitos casos, escrevem recados para o próprio Justin, como se o cantor os fosse ler. “Já vi fãs chegarem ao absurdo de dizerem que iam matar alguém que havia falado mal do Justin”, diz Iberê Gravasseca.
Luan Santana, Restart e FiukUm exemplo de como são beligerantes: amolaram durante semanas o ator e humorista Bruno Mazzeo, depois que ele comentou que o cantor sul-mato-grossense (foto, à dir.) era vesgo. Outro que se viu obrigado a aturar queixas parecidas foi o roqueiro Lobão. Numa entrevista ao “Pânico”, no rádio, ele declarou que a banda Restart é “uma aberração da natureza” e chamou de “bunda mole” o também astro adolescente Fiuk. “Os fãs adolescentes xingam de modo pueril, usando termos como feio, bobo e chato”, comenta Marcelo Arantes.
Claudia Leitte
Não se escreve uma linha sobre a musa loira da música baiana na internet sem que uma horda de axezeiros se manifeste — para o bem ou para o mal. Quando a comparam com a rival Ivete Sangalo, então… Ih, o caldo entorna. “E eles são meio agressivos”, afirma Phelipe Cruz, do blog Papel Pop. “Lembram um pouco os fãs da Iris Stefanelli, quando ela ainda era alguma coisa no BBB.”
Pitty
Têm modus operandi similar ao usado pelos seguidores aguerridos de Claudia Leitte: tudo que se publica sobre a cantora é repassado a uma rede de perfis no Twitter e se espalha bastante depressa. “É um tipo de amor louco e incondicional que acho meio perigoso”, diz Clara Averbuck. “A Pitty é minha amiga, gosto muito da banda dela, que fique claro. Mas essa cegueira fanática me incomoda.”
Marcelo Dourado
O polêmico campeão do “Big Brother Brasil” de 2010 ainda continua, um ano depois, entre os que mais movimentam gente no Twitter. Resquício da polarização ocorrida durante o reality, em que parte do público o classificava como homofóbico e os demais, a chamada Máfia Dourada, rebatia (em muitos casos com palavrões e baixaria) qualquer acusação. “Como o programa é um jogo, desperta torcedores fanáticos irremediáveis que cultivam sua patologia durante os três meses de exibição”, diz Arantes, que participou do BBB em 2008.
Britney Spears
Uma relação inversamente proporcional se formou na época em que a dita “princesinha do pop” viveu seu inferno astral, em 2007, época em que chegou a raspar o cabelo. Quanto mais Britney chegava ao fundo do poço, maior ficava o radicalismo de seus fãs na internet. E assim continuaram nos anos seguintes. Os tietes de suas congêneres (leia-se Lady Gaga, Katy Perry e Beyoncé) comportam-se da mesma maneira.
“Guerra nas Estrelas” e “Lost”Sucesso no cinema e na televisão, respectivamente, congregam seguidores com uma grande diferença em comparação aos demais fã-clubes citados acima: a faixa etária. Em geral, a galera que curte a saga de Luke Skywalker ou as aventuras dos sobreviventes do voo Oceanic 815 (foto) já passou dos trinta — o mesmo vale, aliás, para outra franquia de Hollywood, a saga “Jornada nas Estrelas”. “Todos xiitas. Ficam ainda mais ridículos por causa da idade”, afirma Fernando Gouveia, do blog Gravataí Merengue. “Quanto ao Lost, os alucinados que aplaudiram o final tosco da série precisam de medicação.”