segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A Abusada da Cohab



A violência sexual infantil é algo absolutamente doloroso e incômodo em nossa sociedade, talvez por isso a maioria das pessoas evita o enfrentamento da questão.

Para quem estuda o assunto, existe o desafio em compreender o que leva a criança-vítima a se calar ou esconder a verdade dos fatos, chamada "Síndrome de segredo". Em geral é por culpa de ter interagido com o responsável ou o medo das consequências da revelação (desagregação da família, por exemplo). É comum que o abusador transfira para a criança todas estas responsabilidades, convencendo-a, por exemplo, de que se ele for para a cadeia ou sua mãe ficar magoada, a culpa será dela.

Participante eliminada do "BBB11" neste domingo, a dançarina que se auto-intilula promotora de eventos, Michelly, marcou sua passagem pelo confinamento por três eventos principais: pela chamada inicial em que dizia "Vou tentar me transformar em vítima sempre", pelo relacionamento com o confuso coreógrafo Diogo e, finalmemte, por ter revelado ao Brasil ter sido vítima de abuso sexual na infância.

Na Psicologia, alguns autores defendem que transtornos de personalidade no indivíduo adulto podem ser decorrentes deste tipo de abuso, dentre eles o Transtorno de Personalidade Histriônica. Talvez por isto conseguimos enxergar tantos traços histriônicos em Michelly: fica desconfortável se não é o centro das atenções (em festas, alcoolizada, isto é evidente), faz uso consistente de sua aparência física para chamar a atenção, tem comportamento sexual excessivamente sedutor e provocativo. Contou que se masturba com ursinhos, e nem mulheres, homens, nem a dupla sertaneja Bruno & Marrone ou o Dj André Marques escaparam de suas atitudes de sedução.

A histeria já era descrita no Egito antigo há 4 mil anos como distúrbios remetidos a uma causa uterina (vem daí o seu nome). Na antiguidade, o tratamento consistia em "fazer o útero retornar ao seu local de origem", e alguns introduziam na vagina da paciente um consolo com substâncias para que "retornasse". Já o tratamento preventivo consistia em casamento para as moças solteiras e o coito para as casadas.

O traço comum e reconhecido num indivíduo histérico é o "histrionismo", que significa teatralidade e representa o caráter exagerado como se estivesse simulando, e varia de acordo com as expectativas da plateia: mais ou menos eloquente. Os histriônicos encantam muito no início, porque são frequentemente animados, entusiasmados, demonstram franqueza e uma notável fragilidade, características estas que vão perdendo força à medida que continuam exigindo o papel de "dono da festa". São exímios sedutores, o que explica a atração-relâmpago seguida de autodestruição entre Michelly e Diogo, os participantes com mais traços histriônicos nesta edição do "BBB".

Associado ao transtorno histriônico, a Psiquiatria relaciona o transtorno factício, a mitomania, sendo comum a queixa de abuso sexual ou violência, na qual o mitômano se apresenta como vítima. As acusações podem ser inicialmente intencionais, conscientes, mas logo se transformam em convicção pelo próprio acusador. Ninguém ao certo saberá se Michelly mentiu sobre o abuso, se foi parte de sua estratégia inicial de vitimização ou se de fato o sofreu. Sua própria mãe admitiu desconhecer o problema, quando perguntada no início. Sabe-se que uma irmã de Michelly foi, sim, abusada sexualmente quando moravam num conjunto habitacional, mas o telespectador esperto pergunta se a ex-BBB não estaria adotando para si o drama da irmã com a finalidade de chamar a atenção. Verdade ou não, foi sua última cartada e não funcionou. Pior: expôs desnecessária e fatalmente a irmã, e banalizou um assunto sério que merece um cenário mais digno para discussão.

Talvez o pior momento para Michelly tenha sido mesmo sua eliminação rápida, sem holofotes, sem tempo para fazer o drama habitual. Não se sabe se terá a mesmo destino de sua "amiga" ex-BBB10 Lia Khey, que recebe até hoje apoio de pessoas com visibilidade na mídia que a promovem como se fosse uma "grande ex-BBB". É compatível? Como sua amiga, viveria na triste e aparente carreira da fama instantânea, daqueles que sobrevivem de permuta, favores a alguns fotógrafos e aproveitadores, e das famigeradas e cada vez mais desvalorizadas "presenças VIP".

Se depender unicamente de talento próprio e sem apoio psicológico, pode terminar dançando em churrascaria ou fazendo figuração em dramalhão mexicano. Veremos o que o futuro lhe espera.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A Adúltera do Projac


>>> BBB no Divã:

O maior dramaturgo que o Brasil já teve, Nelson Rodrigues, se estivesse vivo, certamente acompanharia o BBB. Não pelas edições com animações feitas para agradar adolescentes viciados em videogames, mas pelo PPV. Aquele sim era um voyeur nato.

Imaginemos sua descrição das personagens. Talula, apresentada como uma "mãe romântica", tem os atributos das personagens femininas machadianas: planeja e executa as ações, toma a iniciativa, precipita os fatos. Já Rodrigo é suscetível às vontades da mulher, apaixonado, ingênuo e com uma aparente frouxa intuição. Diogo, o amante, é oportunista, capaz de dizer que ama na primeira noite, é a ilusão do começo, um novo alguém para se tentar uma nova chance.

Finalmente vemos algo dramático prestes a acontecer gradativamente aos fundos do Projac: uma traição. Deixemos as soluções moralistas de lado, o traidor aqui é o desejo.

Numa gincana de circo travestida de xadrez, em que as peças são elementos humanos e os jogadores o público e a produção do programa, não estão claro os valores que constituem o "contrato de namoro", e a traição de Talula só ocorreria se ela ela rompesse este contrato sem antes avisar Rodrigo. Como isto vai acontecer ainda não sabemos.

A Psicologia fala da traição de várias formas: não é necessário exclusivamente o envolvimento sexual com outra pessoa. Pode compreender uma mudança nos planos previamente combinados, aquilo que quebre o vínculo sem o consentimento de ambos. Anterior à traição sexual propriamente dita, ocorre a fuga no plano emocional, a recusa do parceiro, o desânimo de estar com ele, e isto já se mostra óbvio.

Por sua vez, envolvido no mistério do novo ou na fantasia do proibido, o amante surge como recomeço, promessa à rotina, gera expectativa sem cobrança. Talula frequentemente reclama de Rodrigo (às vezes pesa a mão) porque consciente sabe que deve explicações ao seu público. Provavelmente acredita que este personagem de namorado regular não convenceu, faliu, e precisa se alimentar de alguém mais carismático que ela, precisa de alguém popular para avançar, alguém que a satisfaça junto às audiências. Talula reclama que Bial não fala com ela, e de repente agora conseguiu que falasse.

Rodrigo, o quase-corno (para usar uma expressão vulgar apropriadíssima), se inteligente poderá se aproveitar da situação. Os homens costumam enxergar a traição feminina como desvio de caráter da mulher e querem se eximir de qualquer responsabilidade ou culpa.

No BBB11, o destino de Talula foi dividido entre antes e depois da festa com os sertanejos Bruno & Marrone. Desde ontem ela deixou de ser a "moldura" à qual Bial se referiu, ganhou espaço na edição e seus comentários ácidos e atitudes polêmicas não devem mais ser poupados. E a ligação com o coreógrafo baiano parece enterrar de uma vez a imagem vendida de mocinha ingênua.

Enquanto aguardamos o desfecho da história, Diogo aproveita o distanciamento de Rodrigo, chega ao balcão, abraça Talula e diz: "Minha gostosa". Talvez não saibam que na vida fora do BBB, iludidos entre sonhos e fantasias, amantes só são encantados enquanto amantes mesmo. Se mudarem o paradigma e assumirem o plano real, no qual os problemas conjugais os esperam de regra, desfaz-se a ilusão. Resta saber se o público vai perdoá-los.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

As Esfinges do Programa


Listadas em três grupos de popularidade, as mulheres do "BBB 11" têm os ingredientes para devorarem os homens e se tornarem a grande atração desta edição.

EM ALTA

MARIA (foto): fortalecida após a saída do ex-futuro-namorado egocêntrico, Maurício, a doce modelo, com voz de pato e inteligência comprometida, comoveu o coração de multidões que a julgaram injustiçada numa prova de resistência.

TALULA: consegue emplacar popularidade por seu belo rosto, mas o público ainda não a viu jogando. Tem carisma e não cometeu falhas éticas com os colegas até agora, mas falta demonstrar um diferencial.

NÍVEL MÉDIO

DIANA: tem a seu favor a originalidade. Nunca houve alguém como ela no "BBB". Valente e provocadora, esta amazona lésbica é resolvida sexualmente, mas disfarça uma queda por Cristiano para ganhar o público.

MICHELLY: engraçada, entrou para jogar pesado. Precipitou-se num romance com alguém de ego maior que o seu e já assumiu que gosta de se fazer de vítima. Tenta ser a mocinha da edição, diz estar preocupada com o pai, mas está sempre envolvida em baixarias.

NATÁLIA: guerreira, inteligente e com senso de percepção apurado. Mas faltam-lhe bom humor e carisma, características do adversário que eliminou da casa, Maurício.

JAQUELINE: até então apagada na edição, a mulata escultural deu sinal de valentia ao questionar a conduta de Daniel, que brinca com todos mas não aceita que brinquem com ele.

AS REJEITADAS

PAULA: promessa de irreverência, não conseguiu cair no gosto popular até agora. Disfarça sua baixa autoestima e vive um drama: foi rejeitada por Diogo e por isso transformou-o em inimigo.

JANAÍNA: diz-se evangélica, mas faz referências constantes ao candomblé. Mostra problema em aceitação de sua cor, foge de discussões que causem polêmica, e vende uma imagem de conto de fadas.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Os impulsos do baiano Diogo

>>> BBB no Divã:

A disfemia, tartamudez ou gagueira está descrita na décima edição da Classificação Internacional de Doenças e atinge em média duas milhões de pessoas no Brasil. Estudos modernos de Neuroimagem apontam como causa do problema alterações no desenvolvimento do Sistema Nervoso Central do sujeito, mas em meados dos anos 50 a Psicanálise já defendia que a gagueira era a expressão de conflitos inconscientes originários, por exemplo, de impulsos sádico-anais.

Esta perturbação e seus sintomas adicionais (tiques, como contrair os olhos ou bater os pés) são estressantes aos portadores e costumam trazer graves prejuízos a eles, que geralmente têm consciência do problema e temem ser julgados anormais pela sociedade. Sem tratamento adequado, podem retrair-se socialmente, desenvolvendo prejuízos de autoestima e sentimento de rejeição.

Quem que se sente rejeitado tende à auto-sabotagem: busca inconscientemente situações em que os outros não o aceitem, perpetuando o sentimento de rejeição e inferioridade. Paralelo, para provar que tem seu valor, esforça-se de toda maneira para se tornar aceito, e um desvio pode surgir bem aí. Alguns desenvolvem um mecanismo de compensação e de defesa para sua rejeição baseados no sentimento de superioridade expresso através da arrogância. É o perfil de quem se coloca preponderantemente acima do grupo, acha que é o centro do universo, o dono do ambiente, e quer falar mais alto que os demais.

O participante Diogo, do BBB 11, ilustra perfeitamente esta situação. Seu medo de ser rejeitado, talvez decorrente da perturbação da fala que apresenta, leva-o a buscar atenção do outro exageradamente. Disfarça-se pelo álibi da amizade, justificando-se na base da camaradagem, mas seus excessos o levam a um comportamento viscoso, pegajoso, de carinhos forçados em desconhecidos, ora seus melhores amigos ora piores inimigos - conforme lhe convêm. Ao ser votado ao paredão disse: "Quatro cabeças já estão mortas", sem esconder uma arrogância mascarada de segurança.

Esta cadeia de eventos torna Diogo chato perante boa parte do público, e Bial fez-lhe o favor de informar durante o discurso de eliminação de Maurício. Contudo, saber do problema tende a piorá-lo, porque desenvolverá novas manobras compensatórias ou reforçará aquelas já existentes. Ou seja, mais ele beijará seus concorrentes e tentará artificialmente agradá-los, seduzi-los, num ciclo perverso de conquista de espaço (à força) nos videoteipes, queimando-se incansalvemente a cada um deles. "Não pretendo ser mais um bonitinho. Quero fazer teatro. Vou entrar pra jogar, pra ser sujo, pra ser limpo, pra ser tudo. Vou entrar pra sair rico", disse.

O fato é que, para o público, existem dois Diogos. Quem assiste apenas à edição da TV Globo vê um belo loiro que raspa as suas pernas e as dos outros machos, que sorri o tempo todo, que é a promessa de salvação de uma edição até então entediante, justamente por achá-lo espontâneo, carismático, engraçado, dinâmico, guerreiro, malicioso, uma mistura de Kléber Bam-Bam (BBB1) com Marcão (BBB8). Mas para quem o acompanha no Pay Per View, Diogo é apenas um jovem superficial de pensamento confuso, um palhaço forçado que fala demais (ou tenta falar), infantilóide, hipersexualizado, inconveniente, que interrompe com "psiu" a fala das pessoas a toda hora para se sobrepor a elas, que aprendeu a dançar para se comunicar além do que a fala lhe permite, mas principalmente que transmite angústia extrema a um telespectador asioso por diversão ao nível de outras edições do programa.

Diogo parece ser a cara deste BBB 11: volátil, um gás altamente inflamável prestes a explodir e ser consumido no próximo instante. Não perdemos a esperança.

por @Dr_Marcelo

"BBB na Berlinda" com Michel Turtchin e Marcelo Arantes


No “BBB na Berlinda” desta semana, Mauricio Stycer conversou com Michel Turtchin, publicitário e participante do BBB 10, e Marcelo Arantes, médico que criou as maiores confusões na oitava edição do reality.

Com transmissão ao vivo pela TV UOL, o programa tratou dos principais fatos da semana na casa e trouxe à tona a questão do ritmo do reality show.

Durante o “BBB na Berlinda”, Stycer perguntou para os convidados porque o BBB 11 parece não ter decolado ainda, mesmo já tendo eliminado dois brothers. Para Michel, a impressão é de que as pessoas estão “engatinhando” na casa: “o BBB está morno. Ele só fica bom com a edição e só no paredão de ontem [25/1], a produção caprichou”, disse.

O psiquiatra Marcelo, que assina a coluna “BBB No Divã” no jornal “Extra” do Rio de Janeiro, também deu sua opinião: “assisto ao programa como fã e como crítico, e tenho minhas hipóteses. Acho que as melhores coisas que estão rolando não podem ser mostradas no resumo diário da Globo, são impróprias para o horário”, concluiu.

O médico do BBB 8 também disse que acha a edição fundamental para organizar tudo o que acontece no confinamento. Para Marcelo, além de ser a principal arma da Globo para manter o padrão de qualidade frente a outros produtos como “A Fazenda” (Record), a edição cria os personagens que o público quer ver: “ela faz o herói e o vilão. Quem participa do programa sofre o lado bom e ruim disso".

Apesar de Michel e Marcelo considerarem a edição um elemento essencial para garantir a permanência de um participante na casa, ambos acreditam que foram beneficiados: “a edição não me atrapalhou, eu que só fiz besteira”, disse o publicitário rindo. Já Marcelo foi enfático: “eu fui bem poupado! Lembro de ter falado coisas muito piores do que o que foi ao ar”, revelou.

Ao final do programa, uma enquete semanal é lançada para os visitantes do especial de Big Brother Brasil em UOL Televisão. Desta vez, os internautas poderão votar se Daniel tem razão em se ofender ao ser chamado de “senhora” por Jaqueline.

Sobre o assunto, Michel comentou: “Ele devia levar numa boa, parece que ele só fica fofocando!”. O motivo para sua opinião? A edição do BBB.

Todas as quartas às 15h30, Mauricio Stycer lança seu olhar crítico e bem humorado sobre o reality global no “BBB Na Berlinda” ao lado de convidados especiais. Programe-se e acompanhe.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

As promessas do 'BBB 11'



Precisa-se de galã. Tratar aqui

Rodrigão é bonito, mas está discreto demais. Pesa a responsabilidade de corresponder à virilidade que esperam dele — conquistar o coração da "princesa" Talula, por exemplo. Bial deu a dica: "Você não olha pra mulher nenhuma". Já Cristiano, que nas redes sociais é apontado como uma mistura de Diego Alemão e Marcelo Dourado, tem personalidade segura, arranca suspiros e foi porta-voz do povão, tirando Ariadna da casa.

Dupla perigosa

Daniel não foi selecionado à toa. Num reality onde se escolhem quase sempre estereótipos belos, o esteticamente desprivilegiado está com um pé na vilania. Lucival são as orelhas de Daniel, por isso talvez teremos o vilão de 2011 personificado numa dupla gay.

Bobo da corte

Paula faz tudo para aparecer, já avisou que é trissexual (leia-se lésbica) e promete cenas engraçadas. Diogo está perdido em uma irreverência forçada, mas convence os concorrentes, que, por acharem que o baiano é forte, podem evitar mandá-lo ao paredão.

Samambaia

Janaína, a evangélica sambista (pode, Arnaldo?), acredita ser feliz 24h por dia. A loura mal-humorada Diana se assumiu lésbica, fala rápido demais e só joga na retranca. Quem levará o troféu samambaia do ano?

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Boca-do-povo e boca-do-lixo: A eliminação de Ariadna


Consta na classificação internacional de doenças, a CID-10, o transtorno de identidade de gênero, quando um indivíduo nasce com a genitália de um sexo, mas sua identidade sexual é a do sexo oposto. O assunto nunca foi mostrado com profundidade pelo horário nobre da TV aberta, talvez por isso a repercussão no país depois que a direção do BBB saiu à procura de uma transgênero e se encantou por Ariadna.

Este caso não apenas trouxe às rodas populares um tabu que acompanha a história da sexualidade, mas foi a esperança de algo novo no BBB. Para garantir o sucesso da empreitada, a cabelereira (ou ex-prostituta, como queiram) decidiu não revelar seu segredo durante o jogo, e alguns telespectadores sádicos aprovaram. Queriam ver os rapazes musculosos atraídos pelos ferormônios da moça e atracados a ela, para que pudessem, talvez, rir deles.

Embora quem olhe para Ariadna não enxergue claramente seu cromossomo Y nem suas taxas hormonais, livrar-se da genitália avantajada que pesou no meio de suas pernas não saiu nada leve para a jovem. O país é latino demais para enxergar com naturalidade a opção consentida pela castração do falo masculino. Nascer com ele, mas recusá-lo, soa falta gravíssima à virilidade do macho brasileiro e não há uma identificação pela maioria. Fora que "ser transexual" não é suficiente para gerar um bom personagem de reality, faltam ingredientes valorosos - mas exigi-los de seres humanos geralmente tão marginalizados pela família e sociedade seria demais.

Ariadna foi rejeitada pela mãe religiosa, sofreu maus-tratos do padrasto e saiu de casa aos 14 anos para se prostituir (vender o corpo é desprezá-lo). Depois morou anos na Itália e trocou de sexo na Tailândia. A vida a tornou esperta, mas não o suficiente para perceber o que público do BBB esperava dela. As privações educacionais que sofreu e os papos despudorados tornaram-na chula demais. Nem a estratégia de suspense envolvendo seu passado, quando desviou o foco ao revelar que se prostituía, nem a escolha equivocada de dois homossexuais de caráter duvidoso para compartilhar seu passado a salvaram.

A questão-chave que definiu a permanência de Ariadna no BBB foi o direito de não revelar ao público que é trangênero. Como numa amostra fechada da realidade, a candidata decidiu compartilhar com os telespectadores sua angústia em passar despercebida como mulher plena e, com exceção de dois gays, passou. Mas sua escolha se transformou em cilada, porque os espectadores do BBB não se sentem meramente expectadores, são PARTE do programa. E como participante, a maioria se viu enganada, e tratou logo de enxergá-la apenas como uma candidata a vilã vulgar que deseja vingar-se do mundo por razões diversas, e que escolheu como vítimas seus concorrentes do BBB e como testemunha o público do programa.

Ao que parece, Ariadna quis apenas preservar-se do desprezo e das brincadeiras de mau-gosto, que de fato aconteceram impiedosamente após sua saída. Mas a família brasileira precisou de um motivo para eliminá-la de sua sala antes que as crianças se encantassem por ela, por isso acreditaram que ela "mentiu" e deveria ser expulsa por isto. Antes de ouvir o belo texto de eliminação de Bial sobre sereias, a figura mitológica relacionada aos transgêneros, Ariadna sonhava com a fama e o quadro que ganhará na TV. Sonhe! Você tem direito de ser mulher e de sair da boca-do-lixo. Só não vai sair da boca do povo.

domingo, 16 de janeiro de 2011

'Big Bacanal Brasil', da Veja Online

>> Da Revista Veja Online:

Big Bacanal Brasil

O BBB11 começa com alto teor sexual e audiência melhor que a do anterior

Maria Carolina Maia

Em uma jogada pesada para conquistar audiência, o Big Brother Brasil, principal reality show da Globo, trancou em sua casa, no Rio de Janeiro, dezessete concorrentes com a libido nas alturas. Feitas as adaptações necessárias, a frase “Estou solteiro” foi proferida por boa parte dos jogadores nos vídeos de apresentação exibidos pela Globo na noite de abertura do BBB11. Se em versões anteriores os casais demoraram algumas semanas a se formar, no terceiro dia do BBB11 o músico Mauricio, do Rio, e a atriz Maria, de São Paulo, já estavam nos braços um do outro. A dupla Diogo e Michelly viria em seguida, em meio a joguinhos de sedução e brincadeiras do beijo. O baiano beijou inclusive Ariadna, a primeira transexual na história do reality, a quem romanticamente pediu o “selinho da Hebe”. No sábado, Talula e Rodrigo iniciariam o terceiro par. Ávidos por um lugar ao sol – de sunga e biquíni, obviamente – os participantes do Big Brother sempre foram. Mas, desta vez, a seleção parece ter privilegiado pessoas dispostas a usar seus corpos, em vez de apenas exibi-los. E parece que deu resultado. Os dias iniciais do programa tiveram audiência superior aos da última edição. Na estreia, o placar foi de 34 x 30 pontos no Ibope na Grande São Paulo. Na noite seguinte, de 33 x 32.

Editado, o programa que vai ao ar depois da novela das nove, na Globo, tem a carga sexual atenuada. Sua faixa indicativa é para 12 anos e o Ministério Público já avisou que está de olho nas imagens transmitidas. Mas o BBB já não vive apenas de TV aberta. O reality show transborda para a TV paga e a internet. No ano passado, foram vendidas mais de 240.000 assinaturas de pay-per-view, pacote que permite ver o programa 24h por dia. Na internet, o número de espectadores – entre os que amam e os que odeiam o programa, mas acompanham do mesmo jeito – atinge patamares ainda maiores. É lá que a desinibição dos brothers e sistersse manifesta em toda a sua potência. O dançarino de axé Diogo, por exemplo, já trocou de roupa sem nenhuma cerimônia na frente dos companheiros de quarto. Nessa toada, o programa pode se transformar num Big Bacanal Brasil.

Os participantes do BBB não são apenas espevitados. Quem não chegou na casa cheio de fogo aportou falando bobagem ou mostrando que pode surtar a qualquer momento. É o caso da gordinha Paula, que tende a levar as atitudes dos outros para o lado pessoal, e de Michelly, que teve uma crise de choro já no primeiro dia, quando, numa pegadinha de Pedro Bial, foi a mais votada para sair da casa, mas acabou sendo imunizada.

“Eles escolhem os perfis mais descompensados”, diz o psiquiatra Marcelo Arantes, que fez parte do BBB8. “Não pode ser um perfil patológico, porque é perigoso, mas, se for explosivo, com histórico de conflitos familiares ou uso de substâncias químicas, é perfeito.” Os candidatos à celebrização instantânea promovida pelo BBB passam por três psicólogos antes de entrar para o programa, e pela chamada cadeira elétrica, em que são entrevistados por até catorze pessoas. A vida de cada candidato é esmiuçada nos mínimos detalhes. Carências, recalques e maluquices patentes não servem, como se vê, de impendimento para entrar no programa.

O segredo de Ariadna – Outro artifício explorado nos primeiros dias desta edição, enquanto ninguém havia percebido diferenças em Ariadna, era o do mistério em torno da sua sexualidade. Segundo o diretor do reality, Boninho, foi a própria cabeleireira – que se chamava Tiago e mudou de sexo em cirurgia na Tailândia – quem decidiu guardar segredo sobre o seu gênero dentro da casa. Criou-se um recurso dramatúrgico curioso para o programa: os espectadores sabiam de tudo, mas os personagens da televisão, não. Daí Diogo, que vem se portando como heterossexual, ter pedido um beijo para a cabeleireira, depois de elogiar sua “beleza exótica”. O efeito folhetinesco certamente cativou a audiência. E bem poderia servir de lição ao noveleiro Silvo de Abreu. O segredo de Ariadna, ele tem de admitir, é melhor que o de Gerson, o atormentado personagem de Marcello Antony que, na recém-encerrada Passione, via sexo pela internet.

A cabeleireira transexual Ariadna fala de sexo o tempo todo: reclamou que está há dias sem transar, perguntou a dois colegas se teriam relação com ela e iniciou um jogo de passar papel boca a boca no confinamento

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Começou a Festa do 'BBB'



Começou mais uma prova de resistência para os aficcionados por reality shows: acompanhar o "BBB", o mais bem estruturado dentre todos no país. Mas não basta assistir, o importante é ter opinião capaz de convencer os desconhecidos nas filas da padaria de que você realmente entende do assunto.

Afinal: sobre o que conversar na primeira semana? Existe uma dificuldade natural de entender os diálogos, diferenciar as pessoas e definir o que é relevante.

Quer falar de novidades? Mercenários receberão dinheiro para sabotar provas e o teor de álcool nas festas vai subir. Significa que poderemos ver mulheres (ou quase) bêbadas em discussões épicas, após fracassos inexplicáveis em provas de comida.

Tem-se falado de ensaio lésbico de atriz, jornalista homossexual, "blogueiro" que assina com o nome Vida de Gayroto, produtora lésbica, gogoboy peladão em revista gay, estudante bissexual, coreógrafo metrossexual, administrador gay e de uma transexual operada. O comportamento sexual de terceiros ocupará de novo as discussões na mesa de jantar do brasileiro. Será indigesto que metade dos participantes tem comportamento sexual ambíguo?

Bem-vindos à nossa sessão de terapia semanal. Sim, veremos passista de escola de samba, dançarina de boate e dois dançarinos de axé, mas só quem não dança no "BBB11" é o leitor do EXTRA, que acompanhará todas as quintas o "BBB no divã".

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Marcelo Arantes aguarda ansioso a estréia do BBB11

>> Do Yahoo:

Autor da coluna "BBB no Divã" ("Jornal Extra"), o psiquiatra Marcelo Arantes aguarda ansioso a estréia do "BBB11", nesta terça-feira (11/1). "O pay-per-view já está assinado há um mês", revela para o Yahoo!.
Ex-participante do "BBB8", Marcelo teve uma boa primeira impressão dos 17 participantes deste ano. "O conceito deles só cai à medida que o programa anda", conta. Segundo ele, a cada ano fica mais difícil escolher gente interessante para o "BBB". "Quem é inteligente de verdade já percebeu que não vale mais o preço participar deste circo", afirma com a experiência de quem já ficou confinado no reality show.
O psiquiatra, ainda não tem um favorito. "Torço pra todos, todos têm seu brilho - do contrário não teriam entrado", acredita. Porém, confessa que desenvolve mais facilmente antipatia por alguns participantes. "Procuro controlar, em especial quando descubro ligações destes com persona non grata aqui fora."

Por Ale Rocha, em 10/01/2011

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Dr. Marcelo fala sobre o "Odeio BBB" :-)


Ex-BBB elogia R7 por criar site de humor sobre o reality
Marcelo Arantes diz que página é espaço democrático


Do R7
O Big Brother Brasil está prestes a começar e, como os leitores do R7 já perceberam, a cobertura do portal terá um ingrediente a mais. Além das notícias convencionais sobre tudo o que acontece no reality, foi criada também uma página para quem odeia o BBB e se desgasta toda vez que a atração dá o ar da graça na programação da TV!

Com textos leves e engraçados, a página do “Odeio BBB” surgiu justamente como uma alternativa divertida para quem não tem apreço pelo reality global. Recheado com textos de humor, o site apresenta uma nova perspectiva e um novo lado sobre todos os acontecimentos da casa mais vigiada do Brasil.

A ideia fez tanto sucesso que teve até mesmo ex-BBB comentando sobre a iniciativa do R7. Marcelo Arantes, participante do Big Brother Brasil 8, comentou em seu perfil no Twitter que a página do “Odeio BBB” é o espaço democrático que faltava para quem assiste ao programa.

A décima primeira edição do Big Brother Brasil começa nesta terça-feira (11) e promete gerar muitas notícias para quem gosta do reality. E, claro, para quem odeia!

p.s.: Bom humor é TUDO!! ;-)

O 'BBB no Divã' está no ar!


O "BBB no Divã" vai além de um espaço para análise comportamental dos participantes confinados no reality show mais assistido do Brasil. O que for interessante e cercar o universo BBB será discutido: reações do público, detalhes de produção, curiosidades, previsões fantasiosas e, claro, comparações entre os ingredientes novos e o que vem divertindo e surpreendendo os telespectadores há anos. Preferencialmente com uma dose farta de bom humor.

Por Marcelo Arantes

domingo, 9 de janeiro de 2011

Big Brother Brasil: Um Jogo Que Transforma Vidas


‘BBB’: 11 ex-participantes se encontram e contam como o jogo transformou suas vidas
Por Leonardo Ferreira

Esses não são apenas 11 ex-participantes do "Big Brother Brasil". São 11 vidas transformadas por um jogo. Gente que não tem vergonha de expor as dores e as delícias de ser um ex-BBB na Canal Extra. Alguns fizeram do reencontro promovido pela Canal Extra, histórico para os fãs do programa, um momento regado a risadas, mas também a lágrimas, numa espécie de terapia em grupo. Xaiane, uma das musas da primeira edição, que foi ao ar nove anos atrás, não estava ali por vaidade. Esqueceu os sapatos na empresa onde trabalha na área de marketing, e fez as fotos de chinelos mesmo.

— Fiquei muito traumatizada, e estar aqui, falando sobre minha experiência, é uma forma de terapia para mim — revela Xaiane, ou melhor Cristiane, seu nome verdadeiro.

Quando saiu do programa como a loura que levou Bambam, o vencedor daquela edição, para baixo do edredom, ela ganhou dinheiro posando nua, viajando pelo país, mas foi difícil retomar a vida quando a poeira baixou:

— Fazia seleções para as empresas, era aprovada, mas nunca aproveitada. Fui admitida e demitida no mesmo dia quando descobriram que eu tinha participado de um reality show. Acho que por isso nunca consegui rever nenhuma imagem da minha participação.

Na hora da foto, Xaiane reencontra Vanessa, duas pioneiras nessa aventura chamada "BBB". Superação de um lado, tranquilidade do outro. A segunda colocada do "Big Brother 1" e a primeira a formar um casal de verdade no jogo (quem não se lembra de seu romance com o cabeleireiro Serginho?) só guarda boas lembranças da experiência. Mas as lágrimas aparecem ao saber que era entrevistada por alguém que falou, e muito, com Dona Nilza, sua avó, tão citada por Vanessa durante sua participação no programa, e tema de reportagens na época, que morreu há dois anos.

— Desde que saí do programa, não parei de trabalhar como atriz. Fiz novela na Globo, na Band, na Record, e teatro. Não tenho saudade daquela época, mas guardo como um período muito curioso da minha vida — garante Vanessa.

Não é exagero dizer que a reunião parecia mesmo uma sessão em grupo, uma espécie de catarse coletiva. Até um doutor estava presente. O psiquiatra Marcelo, figura marcante da oitava edição, não deu consulta particular, mas tirou fotos com os companheiros, palpitou sobre as poses das fotos e não fez questão de esconder a alegria de estar ali. Talvez porque ele já tenha aprendido, três anos depois de deixar a tal casa, alguns segredinhos:

— É preciso aprender a lidar com bom humor quando se é criticado por estranhos, já que as piores críticas vêm daqueles que não têm um terço de sua coragem em se expor. Já achei que ter participado do programa poderia atrapalhar minha profissão. O tempo mostrou que a subnutrição da maioria da população brasileira a deixa todos com uma péssima memória e, assim, no fim das contas, só lembram que você apareceu na TV e acham o máximo.

Thalita Lipi e Marcelo participaram da mesma edição e parecem compartilhar alguns ingredientes dessa receita de sobrevivência pós-BBB. Claro que Thalita é ainda a mesma que o público conheceu. Tagarela, emotiva (era impossível não reparar nos olhos marejados enquanto falava) e cheia de vida. O desejo de ser atriz (e, por que não?, seguir a carreira da mãe, Nádia Lipi) continua. Thalita ganhou um papel na novela "Caminho das Índias", em 2009, mostrou seu trabalho, e quer mais. Mas nada que a impeça de se mandar para Florianópolis e tentar reviver uma grande paixão do passado, como fez em dezembro de 2010.

— Acho que fui uma das que menos ganhou dinheiro com o programa, mas foi uma opção. Nunca tive empresário, assessor e continuo estudando. Preferi não cair nessa condição de ser só uma ex-BBB — avalia Thalita.

Thaís, do "Big Brother Brasil 2", também passou longe dessa armadilha. Cá entre nós, um feito para uma menina de 19 anos na época, capa da revista e estrela de um DVD da "Playboy" — seu ensaio num clima Lolita até hoje é lembrado — e namorada, durante quatro anos, do vencedor do programa, o caubói Rodrigo.

— Esse meio encanta, não vou dizer que não me encantei. Mas minha família e o Rodrigo, que era muito reservado, me ajudaram a manter os pés no chão — conta Thaís.

A morena, hoje com quase 28 anos, formada em educação física, trabalha como personal trainer. Ela ainda flerta com os flashes sendo namorada do empresário da Banda Eva, Francisco Sarno, mas jura querer levar uma vida normal:

— Fiquei mais assustada com a chegada da popularidade do que com a perda. A perda vem aos pouquinhos. Posso dizer que tenho orgulho da minha trajetória.

Pé no chão também pode garantir o famoso pé de meia. Carolini, vice-campeã do "Big Brother 7", sabe disso. Quatro anos depois daquela edição, hoje ela é proprietária de dois apartamentos confortáveis em Copacabana (antes ela morava num quarto e sala com a família), retomou a carreira no direito e faz estágio na secretaria de obras do estado. O fato de ter posado nua não atrapalhou seus planos de trabalhar um dia num tribunal.

Mesmo sem pretensões artísticas, Carol só não ganhou um papel na Globo porque preferiu investir seu tempo, assim que deixou o programa, em dinheiro, aproveitando a popularidade conquistada na TV.

— Fui chamada para fazer testes para "Amazônia" e "Caminho das Índias" por causa do meu biotipo. Nunca neguei que tinha entrado no programa em busca do retorno financeiro. Até tirei o registro profissional de atriz, mas sou muito pé no chão. Gosto das coisas certas — garante Carolini.

Sem ofertas tentadoras para tirar a roupa, como as mulheres, representantes do time masculino desafinam o coro das contentes. O bolso, às vezes, não fica tão cheio assim.

— Homem ganha menos do que mulher quando sai da casa. Só porque apareci na Globo não quer dizer que tenha ficado rico — diz Fernando, da oitava edição do reality.

Além de ter que se livrar da fama de namorado possessivo e ciumento, Fernando Mesquita, que namorou a loura Natália no "BBB", precisou correr atrás ao deixar o confinamento. Concluiu o curso de teatro e fez participações na Globo e na Record. Enquanto a grande chance não aparece, ele resolveu tentar um plano B e cursar arquitetura:

— Quase fui contratado para "A turma do Didi", mas perdi a vaga para o Dedé Santana. Aí ficou difícil competir. Também quase fui contratado pela Record. Fico só batendo na trave. Não tem problema, um dia a bola entra.

Iran Gomes também quer marcar seu gol na carreira artística. O "negão de tirar o chapéu", como ficou conhecido na sexta edição do "Big Brother", já tirou mais do que o acessório nas páginas da revista "G Magazine". Já que não ganhou a casa prometida pela vencedora Mara no programa, Iran se despiu para poder comprar seu imóvel. Lançando-se em breve como cantor e compositor de samba-rock, ele quer conciliar a nova carreira com as aulas como professor de educação física:

— Encontrei mais barreiras por ter participado do "Big Brother" do que por ter posado nu. Parece que você não tem uma vida pregressa. Sou compositor e trabalho com música há muito tempo.

Emanuel, que entrou na nona edição depois de ficar confinado numa casa de vidro, nasceu em Santa Catarina, mas já é quase um menino do Rio. Mora na Barra, faz bicos como DJ e quer passar a ver a cidade do alto:

— Estou estudando para ser piloto de helicóptero para ter uma profissão. O "BBB" foi uma porta para eu sair do interior para o mundo.

E quem saiu do anonimato para a fama, e não sairá tão cedo de lá, é o fenômeno Fani. Musa do "BBB 7", sua história é conhecida do público. A eterna loura de Nova Iguaçu está sempre por aí, lançando livro, grife de roupa, sendo capa da "Playboy"... Este ano ainda, ela deve ganhar sua primeira chance como apresentadora de TV. E na Globo. Alguém duvida de que Fani vai conseguir?

— Entendi o que é ser uma celebridade e tirar proveito dessa situação. Continuo famosa e ganhando dinheiro com isso. Abri uma loja para ter uma segurança psicológica, mas acho que não vou precisar mudar de ramo — acredita a loura.

Agustinho também não quer largar a vida que o "Big Brother Brasil" lhe trouxe. Desde que foi sorteado para entrar no jogo, na sexta edição, a teimosia tem sido sua aliada. O morador da Pavuna até já precisou retomar o antigo emprego — vendedor de loja de departamentos — mas se recusa a voltar à velha rotina. Hoje, aos 40 anos, está separado, é pai de um menino de 4, faz teatro, e vai se formar em jornalismo. Em 2011, quer concluir publicidade. Um estágio no programa "Balanço esportivo", na CNT, mantém Agustinho na TV, mesmo que atrás das câmeras.

— Sempre tive o sonho de trabalhar nesse meio. O "BBB" me deu essa oportunidade e não quero largar — confessa ele, que mesmo após a entrevista, foi o último a ir embora. Parecia que queria prolongar ainda mais o seu sonho.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Jaque Khury e Dr. Marcelo Falam sobre Ex-BBBs


Ex-participantes Jaque Khury e Dr. Marcelo lamentam futuro dos BBBs.

"A própria emissora que ganha milhões com eles, jogam todos fora, pois tem preconceito com a própria cria”, disse a Jaque

Jaque Khury e Dr. Marcelo Arantes, ambos ex-participantes do Big Brother Brasil 8, conversaram no Twitter sobre a vida de um ex-BBB. O assunto surgiu depois que Jaque leu uma declaração da atriz Deborah Secco, fã assumida do reality, dizendo que tinha pena do ex-participantes por serem abandonados pela mídia.

“Certíssima a declaração da Deborah Secco que vi no O Fuxico sobre ex-BBBs. Jovens sonhadores. Quando saírem da casa, vão nas emissoras tentar entrar no meio mais sem lógica do mundo. Boa sorte aos novos BBBs”, disse Jaque, uma das poucas que conseguiu um espaço na televisão e hoje é contrata da Record, após uma temporada no Legendários.


As críticas também foram direcionadas à Rede Globo. “E a própria emissora que ganha milhões com eles, joga todos fora, pois tem preconceito com a própria cria”, afirmou Jaque.

Dr. Marcelo, um dos mais polêmicos participantes do programa, concordou com a ex-colega de confinamento.

“Não adianta, Jaque. Podemos gritar aos quatro ventos pra tentar avisar e só vão chamar a gente de ingratos...”, declarou Marcelo, que lamentou o futuro dos novos BBBs: “Viu que tem atriz, cantor e dançarinos? Tenho uma baita pena do que eles nem imaginam que vão enfrentar...”

Jaque completou seu pensamento dizendo que sua participação no BBB foi maravilhosa e até hoje lucra com isso. “Mas se o meio artístico tem um p... preconceito”, concluiu.

Por: Renan Botelho | Foto: Foto Montagem/Ag.News/Divulgação TV Globo